Europa e Bruxelas
I: Há uma grande distância entre Bruxelas e a realidade dos países?
É chocante. Represento um povo que foi esmifrado até ao tutano nos últimos três anos. Um povo a quem praticamente arrancaram as tripas para pagar défices. Sinto-me mal num ambiente daqueles, onde não há dificuldades financeiras. Podia calar-me, saborear os benefícios pessoais que isso traz, mas sinto-me mal, porque represento um povo que é pobre.
Perseguição
I: Há uma campanha montada contra si?
Não digo que seja uma campanha, embora haja algumas empresas de comunicação que não gostam de mim porque tenho proposto que fosse criado o crime de corrupção jornalística para punir os jornalistas que se deixam corromper e quem corrompe jornalistas. E há pessoas que se sentem ameaçadas se isso avançar.
(...) Há jornalistas que não gostam de mim e atacam-me publicamente para agradar a pessoas que eu critico.
Política / Europeias 2014
I: Que significado atribuiu ao resultado?
Há um descontentamento com a forma como se faz política em Portugal. Designadamente a promiscuidade entre interesses públicos e privados.
I: E o senhor é a voz da razão?
Não sou, acho que a política é uma arte nobre que deve ser defendida como tal. É a forma de resolver problemas colectivos e não pessoais ou familiares. Não se deve ir para a política para arranjar emprego para si próprio, para os familiares ou amigos. Nem para fazer carreirismo político. Isso faz com que subalternizem os interesses que pretendemos representar e defender. O povo não acredita hoje no parlamento, no governo, nos juízes, nas instituições democráticas. E isto é perigoso.
(...) Não digo nomes, mas há ministros que, ainda no cargo, negociaram os empregos que vão ter depois. Isto é a traição da República.
Populismo
I: Algum partido quererá juntar-se a uma voz dissonante?
Fui convidado por alguns partidos grandes e pequenos. Eu escolhi o partido. As pessoas criticam-me, chamam-me populista. Populista, eu? Uma pessoa que defende a moeda única, que defende os presos, a dignidade dos imigrantes em Portugal, que faz a defesa dos direitos humanos. Isso é populismo? Eu combati o populismo! Eles confundem e têm raiva que um discurso democrata, de esquerda, um discurso que defende a dignidade e os direitos fundamentais da pessoa humana se tenha tornado popular em Portugal.
PR e o apelo ao consenso
I: Cavaco continua a lançar esse apelo.
Toda a acção principal do Presidente tem sido de suporte do governo e de branqueamento dos aspectos mais negativos do governo. O Presidente teve hipótese de influenciar um governo de salvação nacional, em 2011, ou ainda com o próprio engenheiro José Sócrates.
A entrevista completa no Jornal i
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