Monday, November 26, 2012

Imperfeições

Se eu pudesse novamente viver a vida...
Na próxima...trataria de cometer mais erros...
Não tentaria ser tão perfeito...
Relaxaria mais...
Teria menos pressa e menos medo.

Jorge Luiz Borges

Tuesday, November 20, 2012

It's a shame...

O Estado, bem como os PARASITAS que se governam às custas dele, HÁ MUITO TEMPO QUE PERDERAM A VERGONHA!


"Foi a doença e o hospital, que por várias vezes pontuaram a minha vida, que me fizeram conhecer a vida e o trabalho da enfermagem. As horas intermináveis de serviço, a atenção cuidada aos doentes, a capacidade de sorrir e animar um paciente mesmo quando o cansaço já se lhe adivinha nos olhos. A atenção profissional aos sinais clínicos, às campaínhas, aos gemidos de dor, a insónia para que aqueles que cuidam possam descansar, os actos clínicos cautelosos, explicados, rigorosos, cumprindo-se enquanto profissionais e cidadãos. São a parte mais decisiva de toda a organização do sistema de saúde. Nas suas mãos morrem muitos. Das suas mãos renascem para a vida muitos mais, enquanto o médico chega ou não chega. São o verdadeiro sangue da vida hospitalar. O apoio primeiro. O primeiro olhar. E, por vezes, a última palavra. São homens e mulheres com as mãos mergulhadas na dimensão maior da sua existência, reparando, tratando, cuidando de doentes, de convalescentes, de moribundos.
Nunca lhes agradeceremos tudo aquilo que merecem, centrado que está o olhar nas decisões do médico. Mas são a essência das nossas expectativas de sobrevivência quando nos confrontamos com a doença.
Pagar-lhes 3,95 euros à hora não é apenas tratá-los mal. É sujeitá-los à humilhação e à miséria. É transformar seres humanos, superiormente qualificados, em indigentes a quem se dá a esmola para que não morram de fome. É uma vergonha que os envergonha e nos envergonha. É um País não ter respeito por si próprio embora esteja de braços abertos ao intermediário. Aos parasitas. Um estado que permite isto deveria ser pago à vergastada."

Francisco Moita Flores
(sublinhados meus)

Saturday, November 17, 2012

Levantai hoje de novo...

"Nota máxima para tão brilhante quão patriótico desabafo" é um dos comentários feitos a esta magnífica peça do Dragão, que não resisti a postar na íntegra, tal é a qualidade do texto. Para quem gostar do estilo, há mais por aqui, embora por vezes as verdades se tornem incómodas, pois dizem directamente respeito a todos nós, portugueses.



 
As Forças Armadas também reduzidas ao queixume. Queixam-se que o governo está a colocá-las num beco. Se pensarmos que são as primeiras responsáveis pela colocação do país em hasta, depois a saque e, finalmente, em liquidação geral, de que se queixam, afinal, as Forças Armadas? De estarem a ser conduzidas ao beco? Deviam queixar-se de si próprias. Afinal, até são uns privilegiados, auferem dum certo tratamento deferencial: o restante país está a ser conduzido ao matadouro. Para já, da esperança; depois, logo se vê.

Há uma diferença entre as Forças Armadas (e todos aqueles que passaram pelas fileiras) e o resto da população civil, dos doutorecos às madames-a-dias: é que aqueles, ao contrário destes, juraram a bandeira, juraram defender a soberania nacional e, se necessário, dar a vida pela pátria dos seus filhos e dos seus antepassados. Portanto quando sabotam, quando colaboram, quando desertam do seu dever, a infâmia da cobardia diante do inimigo é agravada da ignomínia da traição e do estigma do perjúrio. Por alturas de 74 ainda existia, e justamente, a pena de morte na lei portuguesa: no código de Justiça Militar. Pelo crime de Alta-Traição. Claro que foi imediatamente abolida. Afinal, a alta-traição tornava-se a ocupação principal da oficialada em obediência doravante, como lapidarmente timbrou António José saraiva, às vísceras e não à bandeira. A Alta, a Baixa, a Média e todas quantas estivessem ao dispor da conveniência do momento e do capricho peludo.

Escutam-se histórias verídicas de timorenses exilados na Austrália, após a invasão Indonésia, que respeitavam a bandeira portuguesa hasteada à porta das suas casas ao ponto de não pisarem a sua sombra. Se a possuissem, os militares portugueses, deviam experimentar o zénite da vergonha perante esta gente longínqua mas digna. No tempo e na história. Porque a verdade é que a desonra duma bandeira é tanto maior quando é canibalmente perpretada por aqueles que juraram defendê-la. Mas pedir vergonha a quem abjurou a honra é pedir água a um penedo.

Não compete às Forças Armadas servir Governos - compete a ambos, Forças Armas e Governo servir a Pátria, nesta se consolidando os vivos e os mortos; o presente, o passado e o futuro. Mas o que aconteceu nestes últimos anos foi a perversão mais rasteira e desprezível disso: foi as Forças armadas e os Governos, em regime de necrófagos, a servirem-se do corpo mutilado, exangue e prostituído da Pátria.

Proclamam agora, em repenicado assomo corporativo, que as Forças Armadas não servem o governo, mas a Soberania Nacional. A última vez que arvoraram assomos destes, varreram, duma assentada, o governo e a Soberania. Agora, se varrerem, varrem o quê? Governo não se avista, apenas desgoverno recalcitrante e revezado; Soberania também não; por conseguinte as Forças Armadas, das duas uma: ou se varrem a si próprias, e não será pouca a mancha conspurcante que varrem (e a valente poupança prós contribuintes); ou varrem coisa nenhuma, que é a soma exacta do desgoverno e da suja subserviência financeira actuais.

Situação absurda e atroz? Sem dúvida. E de quem a principal responsabilidade por este sórdido desenlace? De quem, em primeira instância, o desencadeou: as Forças Armadas, nem mais.

Quem escreve estas duras linhas é um fascista, um retrógado? Fascista é essa estupidez que vos oprime! Fascista, mesmo, é essa cobardia que vos tolhe e despotiza! Fascista, absolutamente fascista, é essa irresponsabilidade soberaníssima, essa frivolidade venal, esse bandulho cruel que vos arrastam e escravizam! E retrógado é quem recambia um país de oitocentos anos ao caos, à balbúrdia, ao neo-feudalismo, ao tribalismo sectário, à partidarite devorista e, por fim, à insolvência e à esmola internacional.

Mas já que ostentam a soberania Nacional deviam então saber que a nação está acima de regimes, governos e partidos. E que a patrulha dessa fronteira, a defesa desse imperativo competiam às Forças Armadas. Não, exactamente, dando tiros, mas exercendo a firmeza e influência que evitam esses extremos, tanto quanto golpadas e revolucinhas. Mas que portentos nobres e elevados desarrincaram as Força armadas, no seu momento MFA? Apearam um mau governo e instalaram o governo nenhum, logo seguido do desgoverno crónico. A título da descolonização, a debandanda pusilânime e criminosa. A título de democracia, umas ditadurazinhas a prazo, uma Desunião nacional aos molhos e aos votos, uma demofagia sectóide, um neofeudalismo insaciável! De tal modo que em vez do tão vituperado colonialismo imperial, passámos ao neo-colonialismo doméstico. A título de desenvolvcimento, betão e asfalto, shoppings e telenovelas, publicidade e propaganda, extermínio da indústria, da agricultura, das pescas, exportação desenfreada de Dívida e, para condecoração na história, três bancarrotas exuberantes, a últimas das quais e presente, anunciadora da extinção, pura e simples, do país, sem honra, sem dignidade, sem coluna, sem independência e sem moeda.

Nestes últimos trinta anos a Soberania foi esquartejada, pesada e vendida a retalho como numa loja de secos e molhados. Tudo à revelia do próprio povo - inimputável encartado fora as periódicas, inócuas e cada vez mais despovoadas peregrinaçãos fúnebres (às urnas); pior, à revelia do próprio Interesee Nacional e do Futuro das gerações. E o que fizeram as Forças Armadas nesse tempo todo? Assistiram zombificadas ao comércio. Coadjuvaram pachorrentamnte nos fretes. Serviram a Pátria? Não; serviram de moço de mercearia. Viajaram pelo mundo, do Kosovo ao Afganistão, a entregar cestos de enlatados anglo-saxónicos e, tão pouco, bacalhaus: hamburgueres, hot-dogs, pizzas!... Fugiram da defesa do Império Português para descambarem em cipaios do Império Americano. E nem sequer necessários, apenas folclóricos!...

Pelo que agora aflige-vos o quê? O beco sem saída da vossa insustabilidade? Mas aonde julgáveis que conduzia a alameda festiva da vossa inconsequência, da vossa impostura e da vossa deserção - ao parque de diversões da sempiterna vida fácil?

Acordais, finalmente? Retirais a cabeça avestruza do buraco maravilhoso, onde visões fascinantes vos entretinham, e que fazeis? Cantais "Grandola. Vila Morena". Mais ainda? Não chega? Não basta? Está aí a terra prometida da fraternidade. Dentro do buraco, caras aves corredoras, provavelmente avistáveis o próspero país dos cangurus, lá nos antípodas. Mas aqui fora, à superfície, são trinta e tal anos de fraterndade grandula, ou seja, prosperidade para alguns e a conta do regabofe para os outros todos. Tínhamos ainda alguma esperança que despertásseis alterados, que a ave corredora desse lugar ao homem firme. Que cantasseis o hino, as vezes que fossem precisas, bem alto, até à rouquidão. Sempre o hino! Até que as palavras não fossem meras palavras, mas convocatória aos vivos e aos mortos, ao passado e ao futuro, à vida contra a morte, ao levantamente contra a submissão, à coragem contra o medo, a Portugal, todo, inteiro, justo, para que se erga da lama e do lixo onde foram despejá-lo, para que se levante da vala imunda onde o planeiam sepultado!

Esta, parece-me, não é coisa nem ocasião de somenos. É a ultima oportunidade que tendes, e a mais dramática, para lavardes a honra da instituição militar, entretanto convertida em tapete de estrebaria, na antecâmara de um albergue espanhol. O povo sempre foi capaz de sacrificar-se para que o Pátria viva; o que não está disposto é a deixar-se enterrar junto com ela. E é mil vezes preferível que as armas acudam ao povo antes que o povo se veja obrigado a pegar em armas.

Sunday, November 11, 2012

Music was my first love...


Sinais dos tempos


«Na Europa, cada manifestação "do orgulho Gay" contou, em média, com 100.000 pessoas. Cada manifestação Contra a Corrupção teve, em média, cerca de 2.500 pessoas! Estatisticamente, fica provado que há mais gente a lutar pelo direito de levar no rabo, do que lutar para não ser enrabado.»

Miguel Esteves Cardoso