Saturday, November 01, 2014

O fosso entre ricos e pobres não pára de aumentar

Ao longo dos últimos 300 anos, a economia de mercado levou prosperidade e vida digna a milhões de pessoas em toda a Europa, na América do Norte, no Japão, na República da Coreia e em outros países do leste asiático.
No entanto, como demonstrou o economista Thomas Piketty em "O Capital no Século XXI", sem a intervenção do governo, a economia de mercado tende a concentrar a riqueza nas mãos de uma pequena minoria, fazendo que a desigualdade aumente.
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As elites, tanto em países ricos quanto nos pobres, usam sua grande influência política para garantir favores do governo – incluindo isenções fiscais, contratos privilegiados, concessões de terras e subsídios – ao mesmo tempo que bloqueiam políticas que possam fortalecer os direitos da maioria. No Paquistão, o patrimônio líquido médio dos parlamentares é de US$ 900 mil, mas poucos deles pagam algum imposto. Isso prejudica o investimento em sectores como educação, saúde e agricultura de pequena escala, que podem desempenhar um papel vital na redução da desigualdade e da pobreza.
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O enorme poder de lobby das grandes corporações para distorcer as regras em seu favor aumentou a concentração de poder e dinheiro nas mãos de poucos.
As instituições financeiras gastam mais de 120 milhões de euros por ano em exércitos de lobistas para influenciar as políticas da União Europeia (UE) de acordo com os seus interesses.
Muitas das pessoas mais ricas do mundo fizeram suas fortunas graças às concessões exclusivas do governo e às privatizações decorrentes do fundamentalismo de mercado.
As privatizações na Rússia e na Ucrânia, após a queda do comunismo, transformaram insiders políticos em bilionários da noite para o dia. Da mesma forma, Carlos Slim ganhou seus muitos bilhões assegurando direitos exclusivos sobre o sector de telecomunicações do México, quando este foi privatizado na década de 1990.

O relatório completo da OXFAM pode ser consultado em diversas línguas neste link.

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