Daqui a seis meses, mais dia menos dia, ou até antes, ver-se-á que tudo está,
nem sequer na mesma, mas pior. E foram mais seis meses de sacrifícios sem
sentido para milhões de portugueses, o Sísifo empurrando a pedra eternamente,
como punição infernal "por viver acima das suas posses". Nessa altura, ou
antes, o governo cai, os governantes voltam ao "privado" de onde nunca saíram,
uns por cima como mandantes, outros por baixo como empregados, o sistema
político sofre de uma "italianização" nas urnas, se o caminho for de eleições, e
cada peça do corpo institucional, Presidente, partidos, Tribunal, ficará a
contorcer-se para o seu lado, sem nexo. E este não é o pior cenário. Há pior. O
problema é que todos sabem disto e ninguém faz nada.
José Pacheco Pereira in
Abrupto
Pacheco Pereira, com a lucidez que lhe é habitual, tem retratado nos seus mais diversos escritos (blogue, revistas e jornais) o descalabro que (previsivelmente?) tem vindo a acontecer ao nosso país. Ele, que foi tão cáustico com o anterior PM (eu próprio discordei então de algumas das suas opiniões e convicções mais exacerbadas), não tem poupado críticas e denúncias aos consecutivos disparates - para não dizer algo mais duro - com que o actual executivo nos tem brindado, não obstante serem da mesma cor política. O que, no meu entender, só abona a favor da sua isenção e independência.
Outros artigos seus bastante pertinentes e actuais
aqui,
aqui e
aqui.
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