Temas possíveis: música, humor, poesia, leituras/reflexões sociais, políticas e económicas (a ordem é irrelevante). Palavras que eu gosto e expressões fora de uso: real gana, por exemplo! Mais: aqui escreve-se à moda antiga, isto é, estou em desacordo com o "acordo" ortográfico.
Sunday, April 27, 2014
Imagens da crise académica - Coimbra 1969
Nunca é demais recordar, até porque há cada vez mais gente com a memória curta...
Friday, April 25, 2014
Onde é que você estava no 25 de Abril de 1974?
Eu estava a estudar em Coimbra, frequentava o então Liceu Normal D. João III, hoje Liceu José Falcão. É claro que nesse dia - e nalguns subsequentes - não houve aulas. Cerco à Pide de Coimbra, manif's, RGA's, caça aos "reaças"...
Era tudo "novidade" para quem estava completamente "a leste" da política, só mais tarde me apercebi do que era a máquina oleada da UEC/JC (juventude comunista PCP), por onde passaram muitos dos actuais políticos e das chamadas figuras públicas.
Já o Luiz Pacheco, um dos mais irreverentes (e esquecidos) escritores do séc. XX, relata assim o "seu" 25 de Abril:
(...)
"Meto à Rua Viriato e vou até ao quartel de Santa Marta (todas as tascas fechadas até ali). Dá-me vontade de rir ver os cabeças de nabo reunidos lá dentro, a falarem uns com os outros (é que obedeceram às ordens?). Mas logo ao lado há uma tasca restaurante, porta meio aberta, com gente e muito movimento (guardas a beber, outro a telefonar para casa e sossegar a mulher (?), diz que não há azar). Bebo uma Sagres e como uma sandes. E avanço para a linha de fogo, que não sei onde é. Metros andados, ouvem-se ao longe tiros e rajadas de metralhadora. Tipos que fogem. Mas onde será o tiroteio? Como a coisa parou, continuo a andar. Até que encontro, já não sei onde, o Almeida Santos e um tipo que é revisor no Diário de Lisboa ou no Popular, já não sei. Metemo-nos num táxi que sobe pela Calçada do Carmo. Mas logo populares avisam (ah, entretanto, perto do Tivoli, já tinha comprado um Diário de Notícias, com mais informes) que a rua está bloqueada. O carro faz marcha-atrás e mete (por onde?) para o Bairro Alto. Bebemos não sei o quê numa tasca, o revisor vai à vida, o Almeida Santos pira-se e eu avanço para os lados do Carmo. Na Rua da Misericórdia, muita gente, tropa e um tanque de respeito. Da janela da Redacção da República, o Vítor Direito e o Afonso Praça (aquele grita-me: “estás muito bonito hoje!”, eu levava o sujíssimo albornoz que me deu o Artur), noutra varanda o Álvaro Belo Marques, a quem pergunto: “como é que se entra para aí?”, porque a porta da escada da República está fechada. “Vai pelas traseiras!”. Vou mas também está fechada e logo à esquina aparece um vendedor com a última da República. É um verdadeiro assalto. Aí fico a saber dos chefes (Costa Gomes e Spínola) e o alvoroço é enorme. Já não sei bem: se vim ao Rossio, se de repente notei uma grande correria para o Terreiro do Paço. Sem perceber nada do que se passa, sigo a onda. No Terreiro do Paço, começa a chover. Há correrias e encontro uma rapariga que me conhece muito bem mas não topo logo."
(...)
O artigo completo aqui, via Centro de Documentação 25 de Abril
Era tudo "novidade" para quem estava completamente "a leste" da política, só mais tarde me apercebi do que era a máquina oleada da UEC/JC (juventude comunista PCP), por onde passaram muitos dos actuais políticos e das chamadas figuras públicas.
Já o Luiz Pacheco, um dos mais irreverentes (e esquecidos) escritores do séc. XX, relata assim o "seu" 25 de Abril:
(...)
"Meto à Rua Viriato e vou até ao quartel de Santa Marta (todas as tascas fechadas até ali). Dá-me vontade de rir ver os cabeças de nabo reunidos lá dentro, a falarem uns com os outros (é que obedeceram às ordens?). Mas logo ao lado há uma tasca restaurante, porta meio aberta, com gente e muito movimento (guardas a beber, outro a telefonar para casa e sossegar a mulher (?), diz que não há azar). Bebo uma Sagres e como uma sandes. E avanço para a linha de fogo, que não sei onde é. Metros andados, ouvem-se ao longe tiros e rajadas de metralhadora. Tipos que fogem. Mas onde será o tiroteio? Como a coisa parou, continuo a andar. Até que encontro, já não sei onde, o Almeida Santos e um tipo que é revisor no Diário de Lisboa ou no Popular, já não sei. Metemo-nos num táxi que sobe pela Calçada do Carmo. Mas logo populares avisam (ah, entretanto, perto do Tivoli, já tinha comprado um Diário de Notícias, com mais informes) que a rua está bloqueada. O carro faz marcha-atrás e mete (por onde?) para o Bairro Alto. Bebemos não sei o quê numa tasca, o revisor vai à vida, o Almeida Santos pira-se e eu avanço para os lados do Carmo. Na Rua da Misericórdia, muita gente, tropa e um tanque de respeito. Da janela da Redacção da República, o Vítor Direito e o Afonso Praça (aquele grita-me: “estás muito bonito hoje!”, eu levava o sujíssimo albornoz que me deu o Artur), noutra varanda o Álvaro Belo Marques, a quem pergunto: “como é que se entra para aí?”, porque a porta da escada da República está fechada. “Vai pelas traseiras!”. Vou mas também está fechada e logo à esquina aparece um vendedor com a última da República. É um verdadeiro assalto. Aí fico a saber dos chefes (Costa Gomes e Spínola) e o alvoroço é enorme. Já não sei bem: se vim ao Rossio, se de repente notei uma grande correria para o Terreiro do Paço. Sem perceber nada do que se passa, sigo a onda. No Terreiro do Paço, começa a chover. Há correrias e encontro uma rapariga que me conhece muito bem mas não topo logo."
(...)
O artigo completo aqui, via Centro de Documentação 25 de Abril
Thursday, April 24, 2014
Music was my first love...
Zeca Afonso - Os vampiros
- A síntese de 40 anos de liberdade -
Sunday, April 20, 2014
Music was my first love...
Cat Stevens - Morning has broken
Friday, April 18, 2014
Gabriel García Márquez
Saturday, April 12, 2014
Há pessoas negligentes
Une blonde rentre chez elle après avoir fait du
shopping et elle entend des bruits bizarres venant de la
chambre à coucher.
Elle se précipite en haut et trouve son mari tout nu,
allongé sur le lit, en sueur et tout essoufflé.
Elle lui dit:
- Mais qu'est-ce qui se passe ?
Le mari lui répond:
- Je suis en pleine crise cardiaque
La blonde se précipite en bas pour appeler les
urgences, mais au moment de faire le numéro, son fils
de 4 ans arrive et dit:
- Maman, Maman, Tante Béa se cache dans ton
armoire et elle est toute nue.
La blonde raccroche brutalement et monte en vitesse
dans la chambre, ouvre la porte de l'armoire
violemment et, pour sûr, y trouve sa soeur,
complètement nue et recroquevillée par terre et elle
dit:
- Salope ! Mon mari est en train d'avoir une crise
cardiaque et tu joues à cache-cache avec les enfants...
chambre à coucher.
Elle se précipite en haut et trouve son mari tout nu,
allongé sur le lit, en sueur et tout essoufflé.
Elle lui dit:
- Mais qu'est-ce qui se passe ?
Le mari lui répond:
- Je suis en pleine crise cardiaque
La blonde se précipite en bas pour appeler les
urgences, mais au moment de faire le numéro, son fils
de 4 ans arrive et dit:
- Maman, Maman, Tante Béa se cache dans ton
armoire et elle est toute nue.
La blonde raccroche brutalement et monte en vitesse
dans la chambre, ouvre la porte de l'armoire
violemment et, pour sûr, y trouve sa soeur,
complètement nue et recroquevillée par terre et elle
dit:
- Salope ! Mon mari est en train d'avoir une crise
cardiaque et tu joues à cache-cache avec les enfants...
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