Saturday, February 09, 2019

Os argumentos dos (bons) selvagens

1° - O Governo não deu aos enfermeiros as 35h... limitou-se a cumprir a lei, já que os cortes da Troika eram temporários. Ainda assim existem Hospitais do SNS que ainda não as aplicaram (desde julho)
2° - Os Enfermeiros com contrato individual de trabalho (cerca de 50%) não progrediram na Carreira, e dos outros 50% apenas uma pequena percentagem obteve ganhos salariais com o descongelamento.
3° - Os Enfermeiros estão há 10 anos descontentes com a Carreira imposta em 2009 (governo PS), a qual inclusive nunca foi colocada em prática. Não existe em 10 anos um unico enfermeiro Principal.
4° - De há 10 anos a esta parte, TODOS OS ANOS tem havido greves de Enfermagem sem quaisquer resultados. Independentemente do solução governativa.
5° - Em 2017 iniciou-se um processo de negociação com o atual governo para a revisão da Carreira que já não existia.
6° - O Governo decidiu recompensar atraves de um suplemento remuneratório transitório, ate conclusão do processo negocial os enfermeiros com especialidade. (150 euros).
7° - Aceitou a criação de uma categoria de especialista, tornando definitivos estes 150 euros e deixa de fora mais de 30000 enfermeiros.
8° - As Carreiras que exercem funções no SNS com mesmo grau de complexidade (Nutrição, Psicologia, Serviço Social, Farmácia) iniciam nos 1600 euros. É um argumento de total desonestidade intelectual quem afirma que nos queremos equiparar à carreira Médica. Pior do que nós só mesmo os Técnicos de Diagnostico e Terapêutica.
9° - Em finais de 2018 iniciamos uma recolha de fundos de apoio a uma nova greve, utilizando o mesmíssimo sistema que o atual PM utilizou na sua corrida eleitoral à Câmara de Lisboa.
10° - Não somos a primeira nem unica classe profissional a dispor de um fundo de greve. Os trabalhadores da CGD dispoem de um fundo de 8.000.000€ (oito milhoes de euros). A CP, os estivadores, a TAP. Os professores criam fundos de maneio solidários. Entre muitos outros...
11° - O dinheiro angariado foi, como se irá provar, recolhido entre os Enfermeiros. É muito fácil identificar a origem. Só por pura malvadez se pode insinuar o contrário.
12° - A nossa Ordem Profissinal, como outras Ordens Profissionais têm no seus estatutos a defesa da profissão. A atual Bastonária em nada difere do atual e anteriores bastonarios de outras classes da Saúde que ativamente defenderam os seus pares em períodos de greve.
13° - A nossa greve veio expor: a pouca vergonha que se passa no SNS, o desinvestimento contínuo no SNS, a promiscuidade de funções, as debilidades de um sistema moribundo que se tem aguentado às custas da escravatura dos profissionais que lá trabalham. Principalmente dos Enfermeiros, de Médicos Internos, de auxiliares, de TDT's e de alguns abnegados. TODOS ESTES que continuam estoicamente a acordar de manhã para cumprir com a sua missão.
14° - O adiamento de cirugias tem claro prejuízos para os doentes, mas quando sem greve as situações demoram até 2 anos a ter tempos operatórios, o adiar mais 30 dias não é o pior!!! Portanto não é culpa dos Enfermeiros com toda a certeza.
15° - Leiam os sucessivos relatórios do Tribunal de Contas... Está lá tudo, claro como a água!!
16° - O governo opta pela Requisição Cívil, sem pudor, tentando manipular com a maior baixeza possível a opinião pública.
17° - Acaba por ser caricato, que o Governo dito mais à esquerda de sempre, aprove um orçamento com muitos Mil Milhões para tapar no sistema financeiro as falcatruas que os seus pares deixaram. Mas para repor justiça social não há Dinheiro!!!
18° - Desengane-se quem achar que varrer para debaixo do tapete vai resolver esta Guerra Aberta que o Governo abriu contra esta Classe.
19° - Um hospital em dia sem greve tem capacidade para 10 cirurgias consideradas prioritárias. Em dia de greve o Conselho de Administraçao marca 15 sabendo que é impossível fazê las. Vem depois o governo afirmar que não se cumprem os mínimos na greve.
20° - A desmotivação sentida e o apunhalamento verificado vai ter efeitos perniciosos na saúde dos Portugueses. Mas já todos percebemos que os Governos não estão preocupados com a Saúde dos Portugueses.
Antes preferem defender o negócio da doença.’

Autor: Mário Hugo Macedo

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