Sunday, June 22, 2014

Há algo de podre no reino da Dinamarca


O general Garcia dos Santos acusou hoje o Presidente da República de ser o "primeiro responsável" pela actual situação do país por "não marcar um rumo" ou "provocar um entendimento entre os partidos".
"Eu acho que o senhor Presidente da República é o primeiro responsável pela situação em que o país está. Porque não toma atitudes, não toma posições, não defende, não marca um rumo para o país, não provoca um entendimento entre os partidos políticos", afirmou. 
O general falava à Agência Lusa, a propósito da sua exoneração do cargo de vogal do Conselho das Ordens Nacionais, noticiada hoje pelo jornal digital "Observador".
Garcia dos Santos afirmou que não é a única personalidade a criticar publicamente Cavaco Silva, dizendo que o Presidente da República "é
criticado por toda a gente de responsabilidade" por "não provocar um entendimento entre os partidos".
"Eu discordo e não gosto da pessoa do senhor Presidente da República e portanto pedi a exoneração, exonerei-me, da chancelaria das Ordens. É tão simples quanto isto", acrescentou.
Segundo Garcia dos Santos, os apelos públicos de Cavaco Silva para que os partidos políticos procurem consensos são apenas palavras sem consequência.
"Falar é fácil. O que é preciso é atuar e é isso que ele não faz. Agora, demonstrem-me que estou errado", disse. O general pediu a exoneração do cargo no Conselho das Ordens Nacionais que funciona junto da Presidência da República, pedido que foi aceite.
Contactada pela Lusa, a Presidência da República não quis fazer qualquer comentário.
No passado dia 3, a Presidência da República anunciou que Cavaco Silva, chefe do Estado e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, nomeou como novos vogais do Conselho das Ordens Nacionais o antigo secretário-geral da UGT João Proença, o historiador Rui Lopes Ramos e o antigo presidente da câmara de Grândola Carlos Beato.
Garcia dos Santos foi um dos seis oficiais das Forças Armadas que comandaram o golpe militar de 25 de Abril de 1974. No governo do PS de António Guterres, Garcia dos Santos presidiu à Junta Autónoma das Estradas, da qual saiu após denunciar casos de corrupção. Foi chefe do Estado-Maior do Exército entre 1982 e 1983.
 In jornal "Económico" 

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